domingo, 3 de julho de 2011

"Perder para ganhar, aparentando quem tento ser, apenas uma Autista Normal"


Antes de qualquer coisa, esse título tem a ver comigo e não com a Sophia.

 Ontem pela madrugada, acabei relendo todo o meu blog, e quando terminei acabei entrando em outros de tantas irmãs, mães e pais que assim como eu também estão buscando mais informações, ou mais precisamente dividindo suas experiências.

 O clip da MTV mostra bem a todos nós! Depois do "luto" passamos apenas pela procura incansável de tentar buscar o melhor para os nossos filhos.

Mas a vida não é só isso. Além disso, precisamos viabilizar as nossas vidas pessoais (isso ainda existe?), nossos casamentos (aos que sobrevivem com sabedoria), a nossa vida financeira (visto que só que tem dinheiro consegue andar um pouco), e principalmente a nossa saúde.

Precisei passar por um dos momentos mais tristes da minha vida para que as pessoas pudessem me elogiar e dizer que eu estava melhor. Toda vez que alguém me dizia “Nossa você está muito mais bonita agora!” eu pensava comigo mesma... “Gente é apenas perder peso – e na verdade eles foram embora através de muita dor... é só a minha aparência que esta mais leve, pois o meu coração pesa cada vez mais. Criar uma filha especial, e lógico que tenho o apoio dos amigos, da minha mãe e do meu amado Ramon, mas sem um parceiro para apoiar, ajudar”. Temos tantas dúvidas. Será que estamos fazendo tudo o que podemos? Será que o caminho é esse? Será que não poderia fazer mais alguma coisa??

Enfim, há muitos perguntas a serem respondidas. 

Há tantos paradoxos nessa nossa vida! Perder para ganhar.... esse é o grande lema!

Voltei à atividade física, o que está me fazendo muito bem. Isso graças a um bom amigo que tenho que me obrigou com sábias palavras, e também brigando muito comigo (rss) a cuidar um pouco mais de mim. Mas voltei a fumar, isso graças a uma busca em por algo na boca que me fizesse pensar mais e falar menos. Mesmo sabendo que tenho que largar de todos os meus vícios, e estar cada vez mais buscando saúde para todos nós, ainda tenho tantas dúvidas, tantos anseios.

Tenho um diagnóstico de autismo para a minha filha e um de não autismo. De qualquer forma o tratamento é o mesmo... Tenho também a minha opinião sobre o caso, que lógico difere da opinião do Pai da Sophia... mas sei que tenho lido e pesquisado muito a respeita, mesmo tendo a humildade de que não sou nenhuma autoridade no assunto. Sou apenas uma mãe, que conhece a sua filha, e consegue enxergar na vida diária dela os “sinais” descritos por tantos especialistas.

Estamos fazendo terapia CINCO VEZES POR SEMANA... muitos que me acompanham sabem o que é isso. Ou seja, nenhuma manhã livre, e alguns fins de tardes comprometidas. Ainda tenho que trabalhar muito, incansavelmente para poder pagar tudo isso. Graças a Deus tenho a ajuda do super irmão para isso.

Há também muita dúvida nos especialistas que cuidam do caso.
Tenho uma terapeuta que me diz que tenho que dar todo amor e carinho e deixar a Sophia dormindo comigo se ela quiser, já que ela está também de luto. Tenho outra que me diz que tenho que deixá-la crescer, mesmo que seja através da dor dela, e que o quarto dela deve ser a morada do sono.
Só quem passa por tudo isso para saber o que sentimos.

Tento ser a todo tempo pró-ativa, positiva, e buscar sabedoria em todos os atos dessa vida! Creio em Deus, e sei que toda vez que ele me tirou algo que amava muito era para dar espaço para outra coisa muito boa entrar.

Sexta-feira à noite a Sophia me mostrou que apesar da comunicação dela não ser cem por cento, ela entendeu e ouve tudo o que eu falo. Mesmo que nas entrelinhas. Ainda há isso para considerar! Não posso pré-julgar nada nessa síndrome, porque cada vez vejo que eles são seres mais evoluídos que estão buscando uma maneira de se proteger de coisas que podem fazê-los infelizes ou ter algum tipo de sofrimento.

A maneira carinhosa que ela sempre me aborda, e vem mostrando evolução diária, evoluindo por todos os lados. Há problemas de comunicação sim, mas já descobri que o problema é meu e não dela.

Ela tem o privilégio de poder falar quando quer, mostrar que ouviu apenas o que deseja, e melhor, tem um disjuntor próprio que quando desliga ninguém a obriga a religar, já que só ela tem o dispositivo da religação.

Enfim, essa postagem só tem a ver com nós – seres “Autistas Normais”, que estamos buscando fazer o nosso melhor, e até considerar o nosso pior como próprio, sempre na tentativa insana de preparamos algo de melhor para os nossos pequenos.

Aliás, tenho que dizer ontem no Shopping Morumbi, fui à PB Kids, e fiquei muito, muito feliz, porque a pessoa que atendeu a Sophia era um rapaz de pelo menos uns 23 anos, AUTISTA, com a fala um pouco comprometida, mas super gentil, amado. Isso sim é Integrar o diferente, ainda mais com crianças. Parabéns a essa loja, que agora me terá sempre como cliente!
Um bom domingo a todos! Com todo o meu amor e respeito a essa galera que luta, briga e convive com os diferentes!

E finalizo com um clip que mostra o que passamos, o que tememos... quando nossos filhos não tiverem mais o nosso amor por perto!



Um comentário:

  1. Eu e Luiza sempre comentamos entre nós mas não falamos com você pois talvez vc fique chateada mas sua filhota tem muitas características parecidas com nosso Lu... sendo autista ou não, é o que você falou: o tratamento é o mesmo. O melhor para qualquer criança especial é amor e incentivo... se a gente acreditar na evolução deles, eles evoluem e nos deixam orgulhosas! E isso você tem de sobra... amor de mãe e de irmão, ô coisa boa!

    Detestei ler que vc voltou a fumar, rs... PODE PARAR... tá ansiosa, descasca uma laranja e chupa, corta cenoura em palitinho, põe no gelo e come com limão, hmmmm, masca chiclete.. TUDO, menos cigarro... olha o exemplo pra filhora... fora a química... ARGH, detesto (meu ái fuma 3 maços por dia e minha mãe 1... credo).

    Quanto as dúvidas, é complicado mesmo... cada um fala uma coisa e você acaba ficando sem norte... segue o seu coração e coloque as informações e um papel, pesquise na net, troque idéia com as amigas, etc. Por exemplo, em muitas coisas, eu e Luiza teos opiniões diferentes da nossa mãe... mas o filho é DELA e ela decide! :)

    Gostei de ler as notícias! Beijos!

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