quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

"Nunca dizer Não" é integrar a criança ao meio!

A vantagem da escrita é essa! Ela atravessa muros, fronteiras, oceanos. 

Hoje li uma reportagem muito interessante em um jornal de Portugal:
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/outros/domingo/o-silencio-dos-inocentes

Assim como nos romances ou filmes de ação que muitas vezes nos identificamos como Mocinhos, Bandidos ou apenas espectadores, nessa reportagem eu me posicionei de todas as formas:

  • Quando descobri a Síndrome na Sophia e fiquei de espectadora, vendo aonde poderia ir (acho que na verdade não conseguia me movimentar, apesar de não ficar parada um segundo, ou seja, não conseguia andar para frente!). 
  • Quando me senti Bandida, achando que algo tinha feito de errado, para não ter protegido minha cria como devia. 
  • E claro também me senti a Mocinha, quando consegui sair, respirar e brigar por essa cria tão amada.
O mais importante é que eu descobri que não tem jeito = NÃO SEREI NUNCA A SUPER MULHER!

E ainda bem que podemos chorar, ter medo, ficarmos alegres, duvidar, questionar, brigar e mais do que tudo, amar, amar, amar.

Voltando a matéria informações que julguei serem importantes:

"O método 3I, criado pela Associação de Autismo Esperança no Rumo da Escola (AEVE), em França, é, por definição, Intensivo, Interactivo e Individual, dado que pressupõe que a criança esteja cerca de oito horas diárias em interacção com um adulto, de modo a ser estimulada, quer física como cognitivamente, através de jogos e brincadeiras."

"Esta patologia é mais frequente nas crianças do sexo masculino, com uma proporção de 4/5 rapazes para uma rapariga. Tem-se discutido se esta discrepância se deve a factores genéticos ligados ao cromossoma X. Pensa-se que existem indivíduos com mais susceptibilidade para desenvolver o autismo, facto que é sustentado pela realização de estudos que têm vindo a identificar múltiplos e variados genes que levam à prevalência desta patologia", explica Susana Martins, pediatra da consulta de desenvolvimento do Centro de Desenvolvimento do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Além disso, "parece existir uma certa predisposição para o autismo, o que explica a incidência de casos de autismo nos filhos de um mesmo casal e a evidência demonstrada em estudo de gémeos. Por outro lado, alguns factores como a rubéola materna, hipertiroidismo, a prematuridade ou infecções graves neonatais podem ter influência no aparecimento desta patologia". Actualmente "estão a ser feitos estudos no sentido de analisar as anomalias nas estruturas e funções cerebrais, bem como ao nível da genética, para tentar perceber quais os genes que determinam a susceptibilidade de uma criança ter autismo" 
 
(..) "a terapia Son-Rise, desenvolvida pelo Centro de Tratamento do Autismo dos Estados Unidos da América desde 1983, e a fundar a associação Vencer o Autismo em Dezembro de 2010. "O Son-Rise consiste numa interacção de um para um com a criança. É um trabalho intenso que, dependendo do grau de desenvolvimento da criança, pode ser até de doze horas diárias e que tem como base três itens: energia, entusiasmo e motivação. Cada voluntário está, pelo menos, duas horas com a criança numa sala onde existe um trampolim, um escorrega, um baloiço e um espelho e prateleiras altas com outros objectos a que eles não chegam e que têm de pedir para poderem brincar ou interagir. A palavra ‘não' nunca é dita. Não existem punições, nem comportamentos repreensivos, para que a criança se sinta integrada" (...)

E novamente segue o dom mágico da escrita.... voltei a ler algo que havia esquecido: NUNCA DIZER NÃO! isso nos foi orientado pelo primeiro Médico da Sophia. Há maneira de orientar, e lógico não ceder, porém sempre sem usar a palavra Não! (é um exercício difícil - eu lembro que demorei a assimilar, e ainda muitas vezes o esqueço).

É no "Silêncio dos Inocentes" dessas pessoas maravilhosas, autistas ou não,  que vieram preencher os nossos dias tão cheios de realizações que hoje vejo que não eram prioritárias e algumas vezes eram bem bobas, eu como uma mãe coruja que sou, que teve a benção maravilhosa de ser mãe do Ramon (não há quem não se apaixone por ele em seus 23 anos de hombridade e gentileza com a vida) e da Princesa Sophia (como ela se auto intitula a todo momento) que aprendo a todo momento que nada é em vão, e tudo tem uma razão maior... como dizia o meu querido Jean... "O universo conspira ao nosso favor".

Um bom dia para todos! Um grande beijo no coração de todos!

Estela Mota

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